segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Relatório de encontro 13/12

Data: 28/11/12
Horário: 9h
Sala: 5341
Presentes: Fabiana Piccinin, Anada Etges e Cristiane Lautert.
 
Ananda Etges fez uma abordagem inicial sobre os principais aspectos abordados no texto Cinema e narração, do livro A estética do filme, de Jaques Aumont e outros.

O encontro do cinema e da narração se dá através da:
* Imagem figurativa em movimento - qualquer objeto registrado veicula implicitamente um enunciado. O objeto significa algo além da sua simples representação. 
* A imagem em movimento - a imagem em movimento "mostra a passagem de um estado da coisa representada para um outro estado". O movimento, portanto, exige tempo. Por meio da imagem em movimento, o cinema ofereceu à ficção a duração e a transformação, pontos comuns do encontro entre cinema e narração. 
* A busca da legitimidade - na busca de ser reconhecido como arte, o cinema emprenhou-se em desenvolver suas capacidades de narração. 

O cinema não-narrativo
"Para que um filme seja plenamente não-narrativo, seria preciso que ele fosse não-representativo, isto é, que não se possa reconhecer nada na imagem e que tampouco se possa perceber as relações de tempo, de sucessão, de causa ou de consequência entre os planos ou os elementos" (AUMONT, 1995, p. 93).

Cinema narrativo: objetos de estudo
Metz define o "cinematográfico" como tudo aquilo que só é suscetível de aparecer no cinema, constituindo, assim, a linguagem cinematográfica. O narrativo é extra-cinematográfico. Os sistemas de narração são objetos de estudo da narratologia.
 
Objetivos de estudo
* Revelar as figuras significantes propriamente cinematográficos
* Estudar as relações entre a imagem narrativa em movimento e o espectador
* Visar o funcionamento social da instituição cinematográfica - a representação social e a ideologia.

O texto não pode ser discutido em sua totalidade, devido ao horário, mas pode ser lido aqui: A estética do filme, das páginas 89 a 122.

O encontro foi o último de 2012.


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Relatório de encontro 12/12

Data: 28/11/12
Horário: 9h
Sala: 5341
Presentes: Fabiana Piccinin, Ane Aguiar e Cristiane Lautert.

No início da reunião, a professora Fabiana falou a respeito do artigo O exercício de narrar e os formatos múltiplos: para pensar a narrativa no contemporâneo, de sua autoria, que integra o livro Narrativas Comunicacionais Complexificadas. Nele, Fabiana procurou traduzir os pensamentos de alguns autores sobre a narrativa e o modo como a tecnologia incide no narrar. Após apresentar as ideias de vários autores, como Benjamin, Barthes, Ricouer e outros, Fabiana explicou que cada época tem sua proposta estética narrativa mais evidente.

Na oralidade, a narrativa exige performance, credibilidade do narrador. Além disso, a cada vez que uma narrativa é contada, apresenta-se como nova. Já com a narrativa escrita - descendente das grandes histórias contadas oralmente -, o tempo e o espaço são vencidos. A narrativa torna-se reprodutível, não precisa ser inventada toda vez. O romance é a grande forma expressiva da narrativa escrita. A narrativa pós-moderna é marcada pelo rompimento da linearidade. Imagens e textos já não têm contorno tão definido, antes, complementam-se, imbricam-se. Fabiana falou, também, sobre o jornalismo. Este lida com a informação enquanto a narrativa, na sua forma tradicional, lida com a experiência. O jornalismo visita a literatura para fazer a sua narrativa. 

Em seguida, a bolsista Cristiane passou a apresentar os principais aspectos do texto Mimese III, de Paul Ricoeur. Segue o slide:


Mimese III from crislautert

Próximo encontro: 12/12, quarta-feira, às 9h. Sala: 5341
A leitura ainda será definida e postada no grupo do Facebook.

 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Relatório de encontro 11/12

Data: 14/11/12
Horário: 9h
Sala: 5341
Presentes: Fabiana Piccinin, Ane Aguiar, Ananda Etges, Carolina Goettems e Cristiane Lautert.

A reunião teve início com a apresentação das duas novas integrantes do projeto - Ananda Etges e Carolina Goettems. A professora Fabiana relatou como foi o 10º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, da SBPJor, no qual apresentou o artigo Tudo ao mesmo tempo e agora”: análise da cobertura de cotidiano no TV Folha, e participou de sessões coordenadas. No encontro também ocorreu o lançamento do livro Narrativas comunicacionais complexificadas, organizado por Fabiana Piccinin e Demétrio de Azeredo Soster.
Fabiana convidou os presentes para prestigiarem o lançamento do livro Narrativas comunicacionais complexificadas, na Livraria Iluminura, 8 de dezembro, às 10h.

Em seguida, a professora apresentou a metodologia de trabalho para o restante deste ano e o próximo. Também sugeriu às novas integrantes que lessem os artigos e documentos disponibilizados no grupo do Facebook. Lançou para o grupo o desafio de pensar em perguntas para que, a partir das leituras que serão realizadas, seja possível elaborar artigos.

Próximo encontro:
O próximo encontro será no dia 28/11, quarta-feira, às 9h. Os integrantes devem ler o artigo O exercício de narrar e os formatos múltiplos: para pensar a narrativa no contemporâneo, de Fabiana Piccinin (arquivo no grupo do Facebook) e o capítulo Mímese III, de Paul Ricouer (também disponível no Facebook).




quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Relatório de encontro 10/2012



Data: 11/10/12
Horário: 14h
Sala: 5341
Presentes: Fabiana Piccinin e Cristiane Lautert.


No encontro, a leitura do livro A narrativa Cinematográfica foi finalizada. Veja o slide aqui.
Em seguida, ficou acordado que a próxima reunião será no dia 18/10, quinta-feira, às 14h. A reunião será destinada para o estudo do artigo de Fabiana Piccinin - Tudo ao mesmo tempo e agora”: análise da cobertura de cotidiano no TV Folha -, por ocasião da apresentação deste no XVIII Seminário de Iniciação Científica da Unisc pela bolsista Cristiane. O artigo também será apresentado no 10º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, da SBPJor, pela professora Fabiana.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Relatório de encontro 09/2012

Data: 27/09/2012
Local: Sala 5341
Hora: 14h
Presentes: Fabiana Piccinin, Ane Aguiar e Cristiane Lautert.

A professora Fabiana Piccinin deu início à reunião comunicando que o projeto de pesquisa será separado em dois: o grupo orientado pelo professor Demétrio ficará mais focado na relação jornalismo x literatura; o grupo orientado pela professora Fabiana - Narrativas Midiáticas Audiovisuais Reconfiguradas – estudará as narrativas audiovisuais (vídeo, TV, hipertexto, cinema).

Fabiana também propôs que o grupo estudasse o programa da disciplina dada por ela no Mestrado em Letras. O estudo envolverá os conceitos de narrativa, as teorias do cinema, e, mais tarde, a análise das obras audiovisuais.

Em seguida, a bolsista Cristiane Lautert deu início à abordagem dos principais aspectos discutidos nos capítulos 5 e 6 do livro A narrativa cinematográfica, de André Gauldreault e François Jost. Segue o slide:


 
A narrativa cinematográfica - André Gaudreault e François Jost - capítulos 5 e 6 from crislautert



Próximo encontro:
Data: 10/10, quarta-feira.
Horário: 14h
Atividade prevista: término das considerações sobre os capítulos 5 e 6 do livro A narrativa cinematográfica.
A sala ainda será reservada no departamento de Áudio e Vídeo.
 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Relatório de encontro 08/2012

Data: 05/09/2012
Local: Sala 5323
Hora: 14h
Presentes: Fabiana Piccinin, Ane Aguiar e Cristiane Lautert.

Logo no começo da reunião partiu-se para a discussão sobre os principais pontos do capítulo 2 do livro "A narrativa cinematográfica", de André Gaudreault e François Jost. Esse restante de conteúdo não pode ser concluído no último encontro, em 09/08. Em seguida, os capítulos 3 e 4 do mesmo livro foram discutidos. Segue o slide:

Próximo encontro:
O próximo encontro do grupo será no dia 19/09 (quarta-feira), às 14 horas. A sala ainda será definida com o pessoal do audiovisual - assim que houver definição, a informação será disponibilizada no grupo do Facebook. Os textos que serão discutidos já estão no xerox do bloco 53 - capítulos 5 e 6 do livro "A narrativa cinematográfica".

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Relatório de encontro 07/2012

Data: 09/08/2012
Local: Sala 5330
Hora: 14h
Presentes: Fabiana Piccinin, Demétrio Soster, Jair Giacomini e Cristiane Lautert.

A reunião teve início com a fala do professor Demétrio sobre a nova fase (2ª etapa) da pesquisa  – a do audiovisual. Ele salientou que será necessária a participação efetiva dos integrantes do grupo ou uma nova chamada a fim de recrutar voluntários.

Em seguida, a bolsista Cristiane passou a apresentar os principais pontos dos capítulos 1 e 2 do livro A narrativa cinematográfica, de André Gauldreault e François Jost. Abaixo, o slide com as observações.



Para a professora Fabiana Piccinin, o grupo deve focar num objeto de análise. Ela sugeriu um produto audiovisual online. Demétrio acrescentou que, dadas as muitas manifestações audiovisuais desse meio, o ideal seria analisar o que a Web tem de mais puro, e sugeriu filmes de internet. O professor Jair Giacomini deu a ideia de estudarmos A vida em um dia, filme da internet, produzido com a colaboração de pessoas de várias partes do mundo. Ele também sugeriu que analisássemos filmes universitários.

Próximo encontro:
O próximo encontro do grupo será no dia 29/08. Ficou decidido que as reuniões passarão a acontecer nas quartas-feiras, para que um maior número de integrantes possa participar. A sala ainda não foi definida.
Cada integrante do grupo deve trazer cinco sugestões de filmes, que trabalhem com uma montagem diferenciada, para problematizarmos o narrador. 
Leitura – discutiremos os capítulos 3 e 4 do livro A narrativa cinematográfica. O texto estará disponível no Xerox do bloco 53.

Intencionalidade histórica

terça-feira, 10 de julho de 2012

Relatório de encontro 06/2012

Data: 05/07/2012
Local: Sala 5321
Presentes: Fabiana Piccinin, Demétrio Soster, Cristiane Lautert e Cátia Kist.

Relatório elaborado por Cátia Kist.

Abertura
Os professores Fabiana e Demétrio iniciaram o encontro discutindo as possibilidades de dia e horário para realização dos encontros do grupo, com o objetivo de facilitar mais participações. Foi definido que o grupo se reunirá nas quintas-feiras, às 13h30min, a cada 15 dias, com reinício após as férias de inverno da Unisc, em 2 de agosto. O professor Demétrio irá contatar os membros para verificar quem continuará a participar do grupo no segundo semestre, quando será buscada maior assiduidade aos encontros e empenho na pesquisa. Na retomada dos trabalhos, no próximo mês, o grupo deverá iniciar a produção de um artigo. Para isso, o professor Demétrio sugeriu que se pesquise a metodologia adequada para analisar audiovisual. 

Conceitos sobre enredo/intriga
Na sequencia, os participantes apresentaram conceitos de diferentes autores a respeito de enredo/intriga. O professor Demétrio leu e comentou trechos do Dicionário de Teoria da Narrativa (p.211-213). Segundo Carlos Reis e Ana Cristina M. Lopes,  a intriga, conceito elaborado pelos formalistas russos e definido por oposição a fábula, corresponde a um plano de organização macroestrutural do texto narrativo e caracteriza-se pela apresentação dos eventos segundo determinadas estratégias discursivas já especificamente literárias.  A intriga comporta motivos livres que traduzem digressões subsidiárias relativamente à progressão ordenada da história, e derroga frequentemente a ordem lógico-temporal, operando desvios intencionais que apelam para a cooperação interpretativa do leitor.

Ao elaborar esteticamente os elementos da fábula, a intriga provoca a "desfamiliarização", o estranhamento, chamando a atenção do leitor para a percepção de uma forma. Nesse processo de elaboração estética do material assume especial relevo a questão da ordenação temporal: à linearidade de consecução das ações, na fábula, opõe-se muitas vezes a disposição não-linear dessas ações, no plano da intriga. A organização da fábula em intriga depende também em larga medida do jogo de perspectivas, que em última análise corresponde às estratégias discursivas do narrador.

A problemática da intriga pode ser focada sob um outro ângulo, diretamente ligado ao conceito de plot, há muito privilegiado pela teoria e crítica literária anglo-americana. Neste último plano, considerar-se-á a intriga como noção atingida por uma mais estrita caracterização; deste modo, se toda a intriga é uma ação, não pode simetricamente dizer-se que toda a ação é uma intriga.

Além da sucessividade e do consequente enquadramento temporal dos eventos, esta última implica duas características específicas: a tendência para apresentar os eventos de forma encadeada, de modo a fomentar a curiosidade do leitor, e o fato de tais eventos se encaminharem para um desenlace que inviabiliza a continuação da intriga, como notoriamente se observa, por exemplo, no romance policial.

A análise da intriga só será metodologicamente satisfatória se ultrapassar o plano da descrição sintagmática, quer dizer, o domínio da pura sucessividade e concatenação dos eventos que a integram. Para tanto, é necessário que a configuração da intriga seja conexionada com outros componentes da estrutura da narrativa (as personagens que a protagonizam, os espaços em que se dinamiza, os tratamentos temporais que o seu desenrolar exige, etc.) e também com os cenários periodológicos que justificam e estimulam a construção de relatos dotados de uma intriga tensa.

A professora Fabiana destacou três características do enredo: nada é ocasional (sucessividade), enquadramento no tempo e encadeamento. Cristiane Lautert ainda apresentou o conceito de Samira Nahid de Mesquita, do livro “O enredo”: “é a própria estruturação da narrativa, o produto das relações entre a matéria narrada, a ação da narrativa, a sucessão e a transformação das situações e dos fatos narrados”. Cristiane também trouxe o conceito de Robert Scholes e Robert Kellogg em “A natureza da narrativa” (p. 148). “O leitor da narrativa espera poder terminar sua leitura tendo alcançado um estado de equilíbrio – alguma coisa semelhante a uma calma de espírito, estando toda a paixão gasta. Na medida em que qualquer narrativa deixa no leitor esta sensação, pode-se dizer que esta narrativa tem um enredo”.
 
Paul Ricouer
Após comentários sobre estes conceitos, Cristiane Lautert concluiu a apresentação sobre “A intencionalidade histórica”, segundo Tempo e Narrativa (Paul Ricouer), iniciada no encontro anterior. Principais tópicos:
  • Entidades de primeira ordem: povos, nações, civilizações.
  • Entidades de segunda e terceira ordem: classes, seres genéricos, economia, demografia, sociologia, organizações, mentalidades, ideologias (p. 290).
  • É porque cada sociedade é composta de indivíduos que ela se comporta na cena histórica como um grande indivíduo.
  • O historiador pode atribuir às entidades a iniciativa de certos cursos de ações e a responsabilidade histórica de certos resultados, mesmo não intencionais (p. 284).
  • A história geral tem como tema sociedades particulares, como povos e nações, cuja existência é contínua (p.278).
  • As histórias especiais têm como tema aspectos abstratos da cultura: tecnologia, arte, ciência, religião (p. 278).
  • “Nada na noção de personagem, entendido no sentido daquele que faz a ação, exige que este seja um indivíduo” (p. 280).
  • “O tempo histórico parece sem vínculo direto com o da memória, o da expectativa e o da circunspecção de agentes individuais” (p. 254).
  • Sua estrutura é proporcional aos procedimentos e às entidades que a história-ciência emprega.
  • O tempo histórico tanto parece se desenvolver em intervalos homogêneos quanto numa multiplicidade de tempos: tempo curto do acontecimento, tempo semilongo da conjuntura, longo prazo das civilizações, longuíssimo prazo dos simbolismos fundadores do estatuto social (RICOUER, 1994, p.254).
  • A narrativa histórica (como, aliás, a da ficção) pode lidar com deslocamentos através do tempo, para a frente e para trás, aos saltos ou por degraus, e unir personagens distintos, separados no tempo e no espaço ( BARROS ,2011, p. 14).

Bibliografia complementar:
BARROS, José D’Assunção. Paul Ricouer e a narrativa histórica. Disponível em: http://www.historiaimagem.com.br/edicao12abril2011/paulricoeur.pdf.

COSTA, Arrisete C. L. Explicação histórica e compreensão narrativa: na trilha de Paul Ricouer. 2008. Disponível em: http://www.uss.br/arquivos/mestrado%20historia/revist_mest_hist%20v10%20n2%202008.pdf.

NICOLAZZI, Fernando. Uma teoria da história: Paul Ricouer e a hermenêutica do discurso historiográfico. Disponível em: http://ich.ufpel.edu.br/ndh/downloads/historia_em_revista_09_fernando_nicolazzi.pdf.


MESQUITA, Samira Nahid de. O enredo. São Paulo: Ática, 1986.

Próximo encontro: dia 2 de agosto, às 13h30min. Não ficou estabelecida nenhuma tarefa para o reinício dos trabalhos do grupo, mas os professores Fabiana e Demétrio sugeriram que, no período de férias, os participantes resgatem os conceitos já estudados, identificando-os em alguma narrativa.

Relatório de encontro 05/2012

Data: 14/06/2012
Local: Sala 5320
Hora: 14h
Presentes: Professores: Dra. Fabiana Piccinin, Dr. Demétrio Soster; Mestrandos: Ane Aguiar; Bolsistas: Andréia Bueno e Cristiane Lautert Soares.

Relatório elaborado por Deka Bueno.

No primeiro momento do encontro a professora Fabiana Piccinin apresentou a aluna Cristiane Lautert Soares como nova Bolsista de Pesquisa em Comunicação, que permanecerá de agosto de 2012 até agosto de 2013 com a vaga. Lembrou que na quarta-feira, dia 20 de junho, terá uma atividade na Unisc em que seria interessante a presença dos integrantes de pesquisa. Trata-se de uma oficina durante a tarde na Comunicação e a noite palestra sobre cinema, mídia e história com o historiador Flaviano Isolan.
Outro convite: no próximo sábado (23.06), terá lançamento do livro “Narrativas brasileiras contemporâneas em foco”, na Iluminura às 10h30. No livro Fabiana Piccinin e Demétrio Soster têm artigos publicados.
Demétrio lembrou que em setembro tem etapa estadual do Intercom, e da importância de se participar e colocar alguma representação do grupo em GT’s. “É preciso particpar destas movimentações mais largas”, concluiu o professor.

Como tarefa do último encontro, cada integrante deveria trazer conceitos para Narratologia. Então, no segundo momento do encontro isto foi apresentado. Fabiana trouxe que a narrativa estaria associado à linha da hermenêutica, podemos estudar narratologia ou pelos estruturalistas, semiótica ou hermenêutica. “Com efeito, a narratologia examina o que as narrativas têm de comum entre si e aquilo que as distingue enquanto narrativas. Para tal, a narratologia procura descrever o sistema específico narrativo, buscando as regras que presidem à produção e processamento dos textos narrativos. A narratologia encorpora a tendência do estruturalismo por considerar os textos narrativos como meios, regidos por regras, pelos quais os seres humanos re(criam) o seu universo.”(http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=69&Itemid=2 )

Segundo Fabiana, “o que estudamos faz parte de uma ciência que pode ser vista de vários olhares, mas um não é excludente de outro”.

Cristiane apresentou as principais ideias de Paul Ricouer no livro Tempo e Narrativa, Tomo I, páginas 251 a 319.
Ricouer, começa fazendo investigação do conceito tempo por meio de Santo Agostinho e Aristóteles. Nos capítulos escolhidos, ele fala de narrativa histórica. Piccinin: “Os jornalistas como historiadores precisam trabalhar com o tempo real”.
Ricouer: “A história não poderia romper todo laço com a narrativa sem perder seu caráter histórico” (p. 255).
O autor fala sobre a ruptura entre a história e a narrativa. Historiadores científicos estão mais preocupados com o teor dos dados, já os (jornalistas) literários têm uma abertura maior na escrita. Ciência e história excluem o vivido.
Para o autor, o historiador assume posição de juiz, busca garantias, submete a explicação a discussão e ao julgamento de um auditório, senão universal, ao menos reputado como competente, composto sobretudo por pares do historiador.
Cristiane questionou: “e o jornalista não faz o mesmo?”
Ricouer explica a ruptura entre história e narrativa por meio da conceitualização, busca de objetividade e reflexividade crítica. “Não da para olhar a narrativa histórica com o mesmo olhar da literária”.
As discussões, por motivo de tempo, tiveram de ser interrompidas neste momento do texto de Ricouer.

O próximo encontro será no dia 29 de junho.

TAREFAS:
Terminar a leitura de Ricouer, trazer conceito de “enredo” e trazer exemplo sobre o que entendemos de enredo (exemplo deve ser da nossa formação).
Ler ainda artigos de Motta e Rezende que estão disponíveis na internet, que a Fabiana ficou de informar melhor via Facebook.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Relatório de encontro 04/2012


Data: 18/05/2012
Local: Sala 5320
Hora: 14h
Presentes: Fabiana Piccinin, Jair Giacomini, Daiane Balardin, Ane Aguiar e Cristiane Lautert.


Neste encontro, a professora Drª. Fabiana apresentou ao grupo a nova integrante, Cristiane Lautert. Também relatou suas impressões sobre o XI Congresso da Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (Alaic), que ocorreu em Montevidéu, no Uruguai, de 9 a 11 de maio. Em seguida, iniciaram-se as discussões sobre os conceitos de personagem. Fabiana trouxe a perspectiva de Aristóteles, em A Poética. Para o autor, o personagem tem de ser bom, adequado, semelhante e constante.
Bom: tanto no sentido do que ele é capaz de ensinar quanto no sentido de uma boa construção deste personagem.
Adequado: Verossímil. Na literatura, os personagens são muito parecidos com as pessoas, com nuances, conflitos psicológicos. Na mídia, os personagens são reduzidos aos arquétipos de mocinho e bandido.
Semelhante: os personagens oferecem o que o público espera (baseado nas referências que possui).
Constante: O personagem deve ser constante e lógico. Fabiana, em uma frase, resume a ideia: “Se no teu livro o personagem vai morrer de tuberculose, tu tens que fazê-lo tossir no primeiro capítulo”.

A professora também trouxe um conceito do Dicionário de Teoria da Narrativa, de Carlos Reis e Ana Cristina M. Lopes, no qual o personagem é o eixo em torno do qual gira a ação (p.215).

Jair Giacomini trouxe o livro O poder do clímax, de Luiz Carlos Maciel. Alguns trechos lidos pelo professor dão conta de que o personagem é a ação; não existe história sem personagem. Outra ideia exposta no livro é a de que os personagens se ajustam de acordo com a história. E há, ainda, a ideia de que o personagem tem em si a história. Giacomini ainda aborda a questão criador x criatura, na qual existe uma identificação do escritor com o personagem.

Cristiane Lautert trouxe à discussão o conceito de Beth Brait. A autora conceitua personagem como “ente composto pelo poeta, a partir de uma seleção do que a realidade lhe oferece, cuja natureza e unidade só podem ser conseguidas a partir dos recursos utilizados pela narração”. Ane Aguiar acrescenta que, para Brait, o problema do personagem é um problema linguístico, já que ele não existe fora das palavras.

Em seguida, o grupo começou o estudo dos textos O significado na narrativa e O personagem na narrativa, capítulos 4 e 5 da obra A natureza da narrativa, de Robert Scholes e Robert Kellogg.

Principais pontos da leitura do capítulo 4:
Significado é a relação entre o mundo ficcional, criado pelo autor, e o “real”, o universo que se pode compreender. Daiane salientou que, para compreender uma obra literária, é preciso tentar entender a visão que prevalecia na época de sua composição.
Daiane explicou que a ligação entre o mundo ficcional e o real pode ser representativa ou ilustrativa. A representativa é a réplica de uma realidade, é mimética. A ilustrativa é simbólica e sugere recortes da realidade.
Da segunda parte do texto, Daiane destaca a alegoria e a sátira como formas de narrativa didática. Segundo os autores, as narrativas didáticas não se acham limitadas a um relacionamento generalizado com o mundo real, pois podem dar um outro significado a imagens tradicionalmente representativas.

Principais pontos da leitura do capítulo 5:
“É possível tratar um personagem em desenvolvimento sem apresentar sua vida interior em grande detalhe” (p.117). Há duas formas de apresentar a vida interior: no monólogo e no papel que o personagem desempenha na trama.
No monólogo interior, o fluxo de consciência (processo mental) do personagem pode ser falado ou não. Na literatura, tem-se “acesso” ao fluxo de consciência do personagem, pode-se ler seu pensamento. Já numa produção audiovisual adaptada, por exemplo, esse processo mental precisa ser externado por meio dos gestos, do semblante.

A professora Fabiana Piccinin encerrou a reunião às 16h, e alertou que o próximo encontro será no dia 15/06/2012.

TAREFAS PARA O PRÓXIMO ENCONTRO (15/06, às 14h na Unisc, sala a ser definida)

Ler da página 251 a 319, do livro Tempo e narrativa – Tomo 1, de Paul Ricoeur. O texto está no Xerox do bloco 53.
Cada integrante do grupo deve trazer um conceito sobre NARRATOLOGIA.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Encontro 3/2012


Data: 04/05/2012
Local: Sala do Mestrado em Letras da Unisc
Hora: 14h
Presentes: Professores Dr. Demétrio Soster, Ms. Jair Giacomini; Mestrandos Erion Lara, Cátia Kist, Daia Balardin e Ane Aguiar; Bolsistas Andréia Bueno e Joel Haas



No primeiro momento do encontro 3 de 2012, o professor Dr. Demétrio fez um relato sobre o 14 Encontro Nacional de Professores de Jornalismo (ENPJ), que ocorreu na Universidade Federal de Uberlândia, e onde o Dr. Demétrio assumiu a Direotria Cientifica no Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ).
Posterior a este momento de partilha, iniciaram-se as discussões sobre narrador, tarefa dada no último encontro do grupo a todos os participantes com o principal objetivo de de retomar alguns conceitos e discutir os pontos centrais.

O Ms. Jair Giacomini, trouxe matéria escrita por Bráulio Tavares, publicada na revista Língua, a qual coloca que utilização mais comum na narrativa é da primeira e terceira pessoa singular, mas alguns autores fogem do monótono. O texto ainda exemplifica autores  e formas de narrar. Questão de posicionamento.

A bolsista Andréia trouxe o texto de Walter Benjamim onde o autor coloca que a narrativa perpassa essas caracterizações, colocadas no texto de Tavares. Para Benjamim basta ter uma historia a ser contada a alguém.

O Dr. Demétrio trouxe o texto de Carlos Reis (narrador e narratario, sujeito que difere do ponto de vista funcional, narrador não é autor/narrador é ferramenta) e Motta, faz tentativa de trazer conceito para comunicação. Narrador é  a figura que da forma ao dizer.

Com base nos autores trazidos, narrador é parte de uma estrutura, tem função no texto, cumpre papel especifico e da vida ao enredo.

Motta, estudioso de jornalismo, jornalista é narrado que utiliza matrizes pré-existentes, busca na realidade se realizando o substrato para sua criação.

Exemplos, campanhas nextel, que segue uma linha, usa personalidade falando em primeira pessoa, como classificar este narrador? Primeiro passo, entender que aquilo ali não é a personalidade em si, aquele sujeito se transforma um personagem naquele contexto narrativo. Propagandas testemunhais.

Demestrio sugeriu olharmos dicionário de teoria na narrativa, carlos reis.
A literatura no compito final quer entretenimento. Comunicação tem propósito de informar, tem intencionalidade.

Daiana trouxe ainda o narrador inserido no contexto das grandes reportagens, no caso TV, e assim discutiu-se que o cinegrafista mostra a historia pelo ponto de vista dele, ou seja, se identifica uma forma de narração, onde ele próprio se torna um narrador.

Ainda neste encontro alguns conceitos foram muito bem explicados: 
AUTOR quer dizer algo a alguém (narratário) =  usa NARRADOR= para falar então com o NARRATÁRIO= e assim chega-se ao LEITOR (sujeito final).

O Dr. Demétrio encerrou as discussões sobre o narrador trazendo ao grupo uma citação de Pedro Demo: "evitem o maximo a totalização quando se trata de ciência".

Na segunda parte do encontro, o bolsista Joel Haas apresentou as principais ideias do texto de Aristóteles, Poética, e iniciou dizendo que o texto foge da questão científica e coloca uma analise do que o autor entende pela produção literária. Poética, inicia abordando a poesia e imitação pelos meios, modo e objeto de identificação. No primeiro capitulo ainda traz a questão da arte, o autor foge da poética em si, e vai para artes que se propõe a imitação.

Aristóteles: “não se chama de poeta alguém se propõe assunto de medicina ou física”. Ele se propõe a distinguir comédia da tragédia; comédia é a tragédia tratada de forma exagerada.
 A tendência para imitação é instintiva no homem, desde sua infância.
A aquisição do conhecimento rebata não somente o filósofo mas todos os seres humanos.

Aristóteles, faz uma breve classificação da literatura e introduz os gêneros. Ao longo do texto vai classificando o que ele entende por literatura. Ao final, aborda mais sobre a questão do conhecimento científicos.

Aristóteles é o primeiro a falar sobre narrativa, antes dele ninguém havia pensado sistematicamente o que se queria com textos. Fundador da teoria da narrativa.

O Dr. Demétrio chamou atenção para alguns pontos específicos: com Aristóteles nasce o conceito de mímese, onde a arte imita a vida. Outro ponto importantíssimo trazido pelo o autor é tentar entender os gêneros, ele oferece primeira caracterização histórica para poder se entender os textos. Aristóteles também traz em seu texto uma discussão sobre o personagem. E por fim revela um conceito, para Demétrio "caro": a verossimilhança, que pode ser pensado enquanto a coerência do personagem.


TAREFAS PARA O PRÓXIMO ENCONTRO (18.05, às 14h na Unisc, sala a ser definida)

Ler "A NATUREZA DA NARRATIVA", Robert Scholes e Robert  a Daia, capítulo 4 e 5.
(o texto está no xerox do bloco 53)

Cada integrante do grupo deve trazer um conceito sobre PERSONAGEM.